Uma comitiva da Fenasoja, integrada
pelo presidente Dário Jr da Mota Germano, do vice Marcos Servat e pelo
presidente do Conselho Consultivo Permanente Fenasoja, Elias Dallalba, e
Everton Santos, diretor da AGCO, embarcaram no domingo (18/02) para os Estados
Unidos, para a Missão dos 100 anos da Soja no Brasil. O ponto principal da
Missão é se encontrar com familiares do norte-americano Albert Lehenbauer, que
trouxe os primeiros grãos de soja ao Brasil, que foram plantados em Santa Rosa
em 1924. Os santa-rosenses estarão na quarta-feira na Fazenda Lehenbauer, em Hannibal.
A comitiva embarcou no domingo
(18/02), no aeroporto Internacional Salgado Filho, em Porto Alegre e chegou
nesta segunda (19/02) em Wichita-KS. Na terça (20/02), estarão visitando a
planta da AGCO em Hesston. Na quarta-feira (21) pela manhã, visitarão o Center
For You Innovation, que fica localizado em Jefferson City, Missouri. A
tarde será para celebrar os 100 anos e o reconhecimento pela ação
do pastor norte-americano Albert Lehenbauer: Os encontros começam com
Walter Lehenbauer, neto do Pastor Albert. Ele reside no Norte dos USA, e
viajará 1000km para a agenda. Após isso, integrantes da Fenasoja, da Agco,
acompanhados de Walter Lehenbauer visitarão a Fazenda de onde foram colhidos os
grãos, trazidos pelo pastor ao Brasil. A fazenda fica localizada, em Hannibal.
O grupo será recebido por Mark Lehenbauer e Richard Plantz, ambos ainda plantam
na fazenda que pertenceu ao pai do pastor americano. Hannibal fica localizada
no estado americano de Missouri, com cerca de 17,6 mil habitantes.
A Fenasoja 2024 celebra os 100 anos do
plantio da leguminosa que foi introduzida no Brasil pelo pastor norte-americano
Albert Lehenbauer, que chegou dos Estados Unidos com algumas sementes de soja e
distribuiu para famílias locais. Uma história registrada em 1924, em Santa
Rosa, hoje Berço Nacional da Soja.
O presidente da Fenasoja, Dário Germano
ressalta que a viagem tem três pontos importantes. O primeiro dia, destino para
a visita da planta da AGCO em Hesston. É a AGCO que está proporcionando
essa viagem, voltando a origem do nosso grão de ouro. Em Hesston a marca tem
uma planta semelhante a de Santa Rosa, e isso é um elo com a nossa produção
industrial. Depois disso visitaremos um centro de inovação mundial. E na
quarta-feira será o grande dia, quando encontraremos o neto do pastor e
visitaremos a fazenda de onde veio os primeiros grãos que foram plantados em
Santa Rosa. Estamos com uma expectativa muito grande. Iremos dividir esta
história com os familiares do pastor e reiterar o importância que a atitude
teve para o desenvolvimento do agronegócio no Brasil. É história celebrada e
que terá continuidade, pois a expectativa é que os familiares voltem ao Brasil
em maio, durante a Fenasoja 2024?, enfatizou Dário.
A agenda nos Estados Unidos seguirá na
quinta-feira em Chicago. A comitiva retorna a Santa Rosa no sábado, dia 24 de
fevereiro.
A vinda dos grãos, trazidos pelo pastor
Lehenbauer:
West Ely, Missouri - Após uma temporada
na fazenda de seu falecido pai, Johann Matthaeus A. Lehenbauer, localizada no
Condado de Marion, em novembro de 1923, o Pastor Albert e sua família se
preparam para retornar para casa, no Brasil, para a Colônia Santa Rosa. Entre
seus pertences, uma garrafa cheia de soja, devidamente selada para evitar
umidade e ar salgado, entregue a eles por sua irmã Khaterine Lehenbauer
Pflantz.
(Imagens ilustrativas junto ao material
gráfico).
Embarque no transatlântico S.S. Vestris
da Lamport & Holt Line, que navegava da América do Norte para a América do
Sul via Trinidad, Barbados, Rio de Janeiro, Santos, Montevideo e Buenos Aires.
Na cabine do casal, no fundo de uma mala, havia uma garrafa contendo os grãos
colhidos pela família Lehenbauer em sua propriedade, sementes selecionadas
entregues ao Pastor para plantar nas terras da Colônia Santa Rosa, na região
conhecida como Linha 15 de Novembro.
"Uma carta enviada por Helene
Lehenbauer (esposa do pastor) em 10 de abril de 1976, para parentes residentes
em Santa Rosa, informa que (...) ao chegar aqui em 12 de novembro de 1923, o
pastor imediatamente começou a plantar, o que subsequentemente rendeu mais
grãos. Estes foram então distribuídos, fomentando gradualmente o cultivo da
soja. A partir de 1924, ele os distribuiu para seus paroquianos. Ele afirmou
categoricamente, e assim disseminou, que a soja seria o futuro da agricultura
no Brasil. (Livro: 80 Anos de Soja, páginas 40 e 41) "(...) O que ele
queria era ajudar os colonos de suas congregações a progredir economicamente e
intelectualmente. Ele sabia que deveria haver meios para facilitar a vida
dessas pessoas cujos ancestrais haviam sofrido tanto em terras distantes. Ele
acreditava que, se os colonos tivessem as ferramentas certas, por assim dizer,
trabalhariam entusiasticamente para alcançar uma vida melhor para si e seus
filhos." (Texto escrito pelo neto Walter Lehenbauer) No livro "De
Santo a Pecador... A Saga da Soja pelos Campos do Rio Grande", lemos o
seguinte trecho: "(...) O fato de o Pastor Lehenbauer distribuir sementes
de uma variedade mais adaptada à produção de grãos, bem como negociar com os
primeiros agricultores que metade da colheita deveria ser entregue a ele para
que pudesse continuar distribuindo a nova variedade na região, verdadeiramente
o tornou o principal responsável pela disseminação da soja na área." (Luiz
Pedro Bonetti, 1987, p. 28)
A história da soja no Brasil:
A produção da soja brasileira, em
escala comercial, iniciou no Rio Grande do Sul. A produção comercial da soja
começou na região das Missões, tendo como centro o município de Santa Rosa,
considerando o berço nacional da soja.
No início, o cultivo objetivava a
produção de forragem e de grãos para o arraçoamento de suínos. Dada a estrutura
existente para o cultivo do trigo, principalmente nas regiões de Missões,
Planalto Médio e Alto Uruguai, a soja foi se desenvolvendo rapidamente,
especialmente a partir dos anos 60. Até o início da década de 70,
caracterizava-se como uma cultura secundária, em relação ao trigo. Era
cultivada na resteva deste, normalmente semeada a partir de fins de novembro e
durante o mês de dezembro, fora da época ideal, e não lhe eram dispensados
muitos cuidados culturais. A partir dos anos 70, face ao alto retorno que
passou a proporcionar e aos problemas de produção com a cultura do trigo, a
soja começou a merecer maior atenção dos agricultores. O crescente interesse
dos produtores forçou a pesquisa de soja no sentido de gerar tecnologias e
cultivares mais adequadas ao sistema trigo-soja, bem como a de trigo a
desenvolver cultivares mais precoces, visando a melhor adequação das duas
culturas. Motivou também a indústria no sentido de que fossem melhoradas as
máquinas agrícolas, especialmente as serneadeiras-adubadeiras e colheitadeiras.
Em pouco tempo, a soja se tornou o principal produto explorado pela agricultura
gaúcha. Chegou a cobrir mais de quatro milhões de hectares na safra de 1978/79.
A partir de então, decresceu, pelas razões já citadas, para crescer novamente
em 1984. As condições climáticas, especialmente as estiagens, que normalmente
ocorrem em janeiro e fevereiro, foram as responsáveis pelas oscilações da
produção, como as verificadas em 1978, 1979 e 1982. Em 1985, o Rio Grande do
Sul foi responsável por 31,25% da produção da soja brasileira. A produtividade
média do estado, embora ao longo dos anos tenha melhorado, está, desde 1975,
estabilizada em torno de 1.500 kg/ha. É uma produtividade baixa se comparada
com o potencial produtivo, não só do estado, mas também com a média nacional. A
melhor produtividade foi de 1.752 kg/ha, obtida em 1952, quando foram
cultivados 62.113 hectares.
A partir de meados dos anos 70, a área
de soja começou a crescer rapidamente, em grande parte devido aos investimentos
feitos na agricultura sul-matogrossense por grandes grupos empresariais. Esta
rápida evolução conferiu ao estado a condição de terceiro maior produtor
nacional, com uma participação de 14%, em 1985. O desenvolvimento recente de
técnicas de produção, próprias para as condições do estado, tem determinado
sensível melhoria da produtividade, estando hoje entre as mais altas do país.
PROJEÇÕES PARA A FENASOJA 2024:
A Fenasoja 2024 comemorará o centenário
do cultivo comercial da soja no Brasil. A edição tem a projeção de gerar R$ 2
bilhões em negócios e receber 350 mil pessoas. Para isso a edição contará com
600 expositores. Uma das apostas, além de uma programação diária, é o ingresso
popular de R$ 10,00. A maior feira multissetorial do Brasil além do
agronegócio, realizada por cerca de 600 voluntários, destaca a agricultura
familiar, a produção industrial, o comércio e os serviços.
A Fenasoja acontecerá de 17 a 26 de
maio, no Parque de Exposições de Santa Rosa.
A Feira celebra os 100 anos do plantio
da leguminosa que foi introduzida no Brasil pelo pastor norte-americano Albert
Lehenbauer, que chegou dos Estados Unidos com algumas sementes de soja e
distribuiu para famílias locais. Uma história que iniciou em 1924, em Santa
Rosa, hoje Berço Nacional da Soja. Considerada uma das maiores commodities
mundiais, a soja destaca o Brasil como maior produtor do grão no planeta.
Uma programação especial, marcada para
o dia 20 de maio celebrará oficialmente o centenário da soja. Com a
participação dos familiares do pastor Albert Lehenbauer, além de personalidades
do agronegócio do Brasil e do Mundo.
O parque de exposições se transformou
em um completo de obras, com intuito de melhor ainda mais a infraestrutura. A
ExpoRural já tem 55 empresas confirmadas. A área foi duplicada de tamanho,
chegando a 6 hectares e está passando por uma terraplanagem. Até a feira será
instalada a pavimentação asfáltica, além da infraestrutura completa para
irrigação.
Outro destaque será mais uma vez a
presença e o elo internacional, garantindo mais de 12 mil visitantes
estrangeiros em cada edição, o que deve se repetir.
CONTEÚDOS DA VIAGEM PARA EDIÇÃO:
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